19° Batizado Capoeira Beija-Flor






 No dia 15 de maio, aconteceu o 19° Batizado e Troca de Cordões do Grupo de Capoeira Contemporânea Beija-Flor. Cerca de cinquenta e cinco alunos puderam mostrar na roda o aprendizado e o crescimento que a atividade proporciona, a partir de belos movimentos, evidenciando o respeito a si mesmo e ao próximo, era possível ver a satisfação ao receberem suas graduações.
         Com as boas vindas do Monitor Poca, Gregory Smith e o vídeo da Retrospectiva Rede Cultural Beija-Flor 2009, o público pode entrar em contato com o trabalho da organização, sendo este também representado através da apresentação cultural “Puxada de Rede”, uma das linguagens folclóricas que a capoeira interliga com a cultura popular brasileira, trazendo referências do dia-a-dia, crenças e costumes dos pescadores, o que emocionou o público.
         Enfim, com grande participação da comunidade, além dos mestres e monitores da grande São Paulo, o evento contou 347 pessoas e marcou a continuidade de um trabalho que sempre foi importante para a recuperação e prevenção das crianças e adolescentes, valorizando os conceitos éticos e culturais da única arte-marcial brasileira, proporcionando um belo evento e a oportunidade de educar com arte.

Rival vs Rival 2010



No dia 18 de Julho ocorreu a 4° edição do evento “Rival vs Rival”, projeto organizado por AfroBreak Crew e RCBF - Rede Cultural Beija-Flor. Com um ambiente onde as pessoas puderam ser valorizadas e respeitadas, fortalecendo o movimento Hip-Hop e incentivando diversos artistas para acreditarem em si mesmos, na arte e na cultura como ferramenta para um crescimento coletivo.
         A ação proporcionou a integração entre diversas regiões do país - Acre, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e outros- além de participações internacionais da Rússia e Espanha, totalizando 720 pessoas.
         No Rival vs Rival ocorreram “batalhas shows”, isto é, cada participante  mostra sua dança, sem jurados. Houve também duas competições em dois ambientes: no primeiro ambiente onde o B.Boy Denis, de Francisco Morato levou o primeiro lugar, já outra no segundo ambiente que Tito - Aliados Force Crew de São José dos Campos se destacou e chegou ao título - “Campeão Rival vs Rival 2010”.        
         Todos os elementos da cultura Hip-Hop foram representados: Com o Criolo Doido organizando a Rinha dos MCs - Competições entre MCs- o público foi ao delírio com rimas geniais e engraçadas, também esteve presente o grupo de rap Parágrafo’s; Com o Graffiti foi construído um mural, em parceria com a UNIFESP, e está em processo de continuidade com artistas da comunidade; Com o DJ Dan-Dan e Muphy-Jay, pode-se ouvir Rap Underground e Break-Beat; e o Breaking presente no campeonato e rodas livres.
         Durante o evento além do trabalho da atividade de Breaking, o público também teve contato com outras ações da RCBF.  Como o projeto de Geração de Renda - Arte Brasil, a partir de uma Exposição e vendas de Biojóias. O grupo Nutri-Ação que visa uma reeducação alimentar, também participou no evento com a Cantina “Tropical Beija-Flor”. Com seu ritmo envolvente a Percussão Beija-Flor, tocou músicas ao vivo, somando-se ao Hip-Hop Brasileiro. O grupo de Comunicação, Olhar Social fez a cobertura do evento. Toda a equipe RCBF estava envolvida.
         Enfim, o Rival vs Rival foi um evento que levou jovens, crianças e adultos a um ambiente saudável, potencializando a arte, a cultura e a integração social. Logo mais: Vídeo Clip Rival vs Rival 2010, e Vídeo Documentário sobre a iniciativa.


Confraternização AfroBreak 2010



Consciência + Dança + Educação = Confraternização Afrobreak

Aconteceu no dia 1º de Maio, a terceira edição da Confraternização AfroBreak. O evento reuniu aproximadamente 340 b.boys e b.girls de vários municípios da grande São Paulo, homens, mulheres, meninos e meninas de todas as idades, puderam vivenciar as múltiplas linguagens abordadas pelo grupo Afrobreak e convidad@s, alem do prestígio de assistir emocionantes rachas, onde dançarinos não se confrontavam, mas confraternizavam num ambiente totalmente saudável e educativo.
Para a organização do evento, a data (1º de Maio), foi escolhida para dar ênfase ao tema e trazer para este público a importância e o valor deste marco que é o dia do trabalhador.
 
Ícones, como o DJ DanDan e a Mc Tiely, abordaram temas diversos desde os conceitos do hip-hop ativista às influencias das cultura africana e brasileira dentro do Breaking. A roda de capoeira veio para engrandecer o evento, mostrando e abrindo em debate as influências da luta-dança nos movimentos urbanos, alinhados com a história e criação do breaking nos Estados Unidos.

Mais que um evento de dança, a Confraternização AfroBreak, traz ao público sentimentos positivos onde respeito, união e irmandade, são bem mais importantes que movimentos e passos sincronizados. Aqui pessoas de todas as idades, credos e segmentos culturais podem expressar suas opiniões e dialogar em torno de uma mesa farta não só de pratos saudáveis, mas também de experiências de vida e de muito conhecimento. 
 
Por Roger Cipó 

Trailer - Confraternização AfroBreak 2010

Como queremos ajudar o Brasil ?

Acreditamos que o Brasil poderia ser bem melhor, e será com a ajuda de todos nós.

É sempre muito importante pensar e questionar sobre tudo que parece ser errado; se o pensamento modifica as pessoas, por que não transformar o Brasil?

Podemos colaborar de diversas maneiras, não jogando lixo nas ruas, fazendo amizades ao invés de inimizades, sermos solidários, ajudar ao próximo, ir a um museu para conhecer a história do nosso país e ao menos saber em quem votamos na ultima eleição e cobrarmos o que ele(a) nos prometeu. Enfim, podemos ser simplesmente brasileiras (os).

Todos nós somos capazes de fazer algo para mudar. O Brasil é rico em diversidade cultural, basta explorarmos esta riqueza em prol do nosso país.

E você como quer ajudar o Brasil ?


Olhar Social 2009

Angela, Aline, Ana Claudia, Elvis, Pamela.

Flores...

Um Jardim de Verdade


Passado, flores vivas que já floresceram,
perfumaram e mucharam.
Sítio do Caqui,
flor que nasceu e se tornou uma linda lotus
A unica que sobrevive no lixo.
Sítios, jardim de aquaresmeiras, um vasto eucaliptal...

Flor onde tinha Olaria hoje vive a enfeitar
a sepultura, o cemitério,
onde conseguiamos luz de vela.
Flor sem luz até hoje, mas na companhia do "gatinho"

A flor que recebia lixo de outros jardins.
Flor que respirava ar puro, inala o perfume dos córregos.
Muitas flores se perderam ara dar espaço às ruas e caminhos deste bosque...

Flor de imigração
Flor de lembrança
Flores de Cada coração,
Muitas flores muchas, retiram as vidas... usaram a terra do lixo ara descançar essas flores da vida....

Flor que precisa se água,
Que chora pela contaminação
CONTRA-MINHA-AÇÃO
Sem ação....

Só o fechamento, destruição... Percebo:

"Alguém entrou em meu jardim, levou minhas flores e não cuidou."

...A essência deste bosque se quebrou...

Isa Gonçalves

Nosso Gato




É ele que vem de bem longe, percorre metros e metros, até iluminar aquelas vidas, que hoje esquecidas.

O tal Gato é o responsável por trazer a energia suficiente para as moradias do Sítio. Às vezes, quando esse Gato vem um pouco desajeitado, vem com tanta força que chega até pegar fogo no meio do caminho. O Gato, não é o melhor amigo e nem a melhor “coisa” de ser ter dentro de casa, mas é a única maneira que a comunidade encontrou para trazer para dentro de seus lares, a luz que tanto precisamos, a força que, se não tivermos, não temos radio, nem tv ligadas...




Moradores concertando os gatos.



A importância de Resgatar Memórias


A memória – individual e coletiva – é a forma de registro mais primordial que possuímos. De forma seletiva, tanto grupos quanto indivíduos articulam suas experiências passadas, formulando uma narrativa histórica acerca de suas trajetórias. Esta narrativa é construída e reconstruída segundo nossas perspectivas presentes, ao mesmo tempo em que constitui a base a partir da qual vislumbramos nosso futuro. A memória oral, por sua vez, representa a forma mais antiga e mais humana de transmissão e consolidação dessa narrativa. Por meio dos depoimentos, é possível evidenciar os vínculos entre o indivíduo e a sua cidade, preservando-se uma diversidade de experiências de vida que, em geral, se dispersam com o passar dos tempos e com a sucessão de gerações.

O trabalho com memória oral permite mobilizar a comunidade envolvida, na medida em que valoriza a vivência pessoal de seus integrantes. Estimula, por assim dizer, a conscientização da comunidade para a importância da participação de cada um na construção desta história. A percepção coletiva de que o cidadão pode ser agente de sua própria história, proporciona uma revisão dos valores vigentes e possibilita a transformação social de forma responsável e participativa.

Texto: Rosali Henriques (Parceira do Projeto Olhar Social, responsável pelo o Acervo do Museu da Pessoa)
Foto tirada em uma entrevista com Ana, moradora no Sítio Joaninha a 11 Anos



Você Não me Conhece



Sei quem sou,

Mas não sei o que serei.

Tenho medo, me preocupo!

Dependo deles, por isso me oculto.

Espero angustiado,

Para ver os resultados.

Conheço tudo, acredite!

Conheço até o seu passado.

Não pense que estou longe,

“To” mais perto do que imagina.

Nem pense que sou um presente a ti

Ofertado pela a vida.

Sou o que te faz sonhar todas as noites

O que te dá garra para lutar todos os dias...

Sou o que torna a caminhada mais difícil...

Mas também, o que te faz acreditar que é mais fácil viver, que desistir.

Sou também uma certeza,

Assim como é um dia de sol após um de tempestade.

Você sempre pensou em mim,

Independente da idade.

Quero dizer que sou o seu desejo de um novo mundo.

Que estou perto, longe, nas suas lutas...

Afinal de contas,

Eu sou também as suas conquistas.

Meu sucesso só depende de você,

Meu fracasso também.

No meu caminho, você define tudo.

Eu preciso da sua ajuda...

Muito prazer...

Eu sou o seu futuro.



Texto: Roger Ferreira

Foto tirada por Roger Ferreira, no Sítio Joaninha em um dia de visita e entrevistas na Comunidade.

6 de Julho - Inauguração Núcleo Sítio Joaninha

Todos nós, Parceiros, Voluntários e Jovens Empreendedores Sociais da RCBF – Rede Cultural Beija-Flor temos a honra de convidá-lo (a) para inauguração do nosso novo Núcleo de Atendimento Sócio-cultural na Comunidade do Sítio Joaninha.

Os Núcleos da Rede Cultural Beija-Flor têm o objetivo de colaborar com o desenvolvimento cultural, educativo, econômico e, sobretudo humano das comunidades. O Núcleo Sítio Joaninha será o primeiro desta grande Rede Social a ser implementado, oferecendo diversas atividades como Oficinas Culturais e Esportivas, Apoio Educacional e projetos nas áreas de Geração de Renda, Educação Nutricional, Educação Ambiental, Comunicação Social e Saúde Preventiva.

Este evento iniciará com um Cortejo pelas principais ruas e avenidas do Bairro do Eldorado em direção ao Sítio Joaninha.

Preparamos uma grande festa para este grande dia, com música, churrasco e surpresas.


Cortejo
Saída às 10h da manhã do ECBF - Espaço Cultural Beija-Flor.
Estrada Pedreira Alvarenga, 2343/9 - Eldorado - Diadema – SP.
Fones: (11) 4049 4440/4047 2231.
Chegada às 12h no Sítio Joaninha (Sítio Joaninha, Rua 5, Nº 13).

Sítio Joaninha: Passado, Presente, e um Sonho Intenso


Na década de 60, quando o crescimento populacional e o desenvolvimento dos municípios paulistas foram consideráveis, as políticas sociais e a pressão do comércio nos grandes centros urbanos obrigaram as classes mais desprivilegiadas a saírem destas localidades. O comércio e as grandes indústrias nunca admitiram a presença das classes pobres por perto, e este foi um dos fatores que levou muitas famílias de baixa renda a procurarem outros lugares para viver.

Os centros foram tomados por lojas, fábricas, restaurantes, imóveis comerciais e residenciais de alto padrão. As populações mais pobres não tinham condições de consumir nesses lugares e estes fatores faziam com que essas famílias saíssem em busca de novos lugares para sobreviverem, não tão caros, onde poderiam desfrutar do dinheiro que ganhavam, já que viver que no centro da cidade tornara-se caro. Essa é uma procura que acontece até hoje, quanto mais a economia cresce, mais difícil fica viver nos grandes centros, não apenas pelo crescimento comercial, mas também pela força da especulação imobiliária que não quer os bairros centrais utilizados pela população de baixa renda.

Foi assim que se formaram a maioria das comunidades consideradas de risco ambiental. As pessoas não tinham para onde ir, e foram sendo empurradas para a periferia, ocupando as áreas de mananciais ao redor da cidade que ainda estavam vazias, passsando a viver nessas “áreas proibidas”. Isso também aconteceu na comunidade chamada Sítio Joaninha.

O nome se deu por conta de uma de suas primeiras moradoras, que se intitulava dona da área, chamada Dona Joaninha.

Segundo os moradores mais antigos, antes das ocupações, o Sítio Joaninha era um vasto eucaliptal, com várias plantas e inúmeras espécies animais; contam também que as ruas e as estradas foram todas abertas pelo os moradores com a enxada e a força de vontade.

O Sítio Joaninha teve tudo para ser um belo lugar, e o que impediu foi o fato de, durante trinta anos, seus moradores suportarem um vizinho nada agradável chamado de Lixão Alvarenga.

Esse lixão recebia lixo de São Bernardo do Campo, Diadema, Santo André, São Caetano do Sul, Mauá e Grande São Paulo, os moradores contam que vinham até caminhões do litoral paulista, o que só degradou a comunidade que antes era uma bela área de manancial com nascentes, solo fértil e várias riquezas naturais, e que hoje tornou-se é um “cemitério” de lixo, pois mesmo com o lixão sendo desativado, grande parte dele continua alí enterrado. Esse lixo provoca um grande problema que é a contaminação das águas com a liberação de um líquido tóxico chamado chorume que surge da decomposição do lixo orgânico.

Outro grande problema que a comunidade enfrenta é a falta de saneamento básico. Não há água encanada, exceto uma vez por semana, quando o caminhão-pipa vai até a comunidade, sendo que às vezes fica dias sem aparecer. Conversando com uma moradora algumas semanas atrás ficamos sabendo que o caminhão já estava atrasado há seis dias, o que dificulta a vida de todos.

A energia elétrica é feita com os famosos “gatos”, ligações clandestinas que os moradores fazem para poderem usar luz elétrica em suas casas. Essas ligações são puxadas de Diadema, ou de São Bernardo do Campo.

Para chegar até as escolas, comércios e unidades de saúde, os moradores precisam andar de 20 a 30 minutos, por que dentro do Sítio não tem nada disso e, em dias de chuva, é extremamente difícil para saírem de casa ,pois as ruas não são asfaltadas e as estradas de terra se transformam em caminhos de lama.

Mesmo com tantos problemas e com uma história tão difícil, a comunidade do Sítio Joaninha resistiu e quer acreditar em uma melhora. Hoje percebemos que esse sonho é cada vez mais intenso, e com a implementação do novo núcleo do Centro Cultural Beija-Flor dentro do Sítio Joaninha, os moradores terão um espaço para serem motivados, lutar por uma vida melhor, e por seus direitos.

Texto: Olhar Social

Revisado por: Tatiana Cardeal

Foto feita em um dia de entrevistas no Sítio Joaninha, por Isabelli Gonçalves

Um Olhar em Ação


Entrevista com Senhor Erundino em sua casa.
Uma das grandes lideranças comunitárias, senhor Erundino vive no Sítio Joaniha a mais de 30 anos, mesmo antes do Lixão Alvarenga.
Histórias sobre a vida desse batalhador, encontraremos no livro Sítio Joaninha: Um Olhar em Ação.